IA nos investimentos; US$ 1 tri da OpenAI; ChatGPT x Android; IA do Facebook escolherá seu novo amor

Cerca de 13% das pessoas que investem já usam ferramentas genéricas de inteligência artificial. Mas essa não é a primeira vez que a tecnologia muda o mercado financeiro. Lá atrás, os primeiros computadores já tinham transformado as operações. Depois veio a internet, que abriu espaço para que qualquer pessoa investisse de casa, os famosos home brokers. Agora, entramos numa nova fase. A IA é capaz de analisar dados, dar dicas e até sugerir onde investir. O mercado de consultoria robótica já movimenta mais de 61 bilhões de dólares, e deve crescer até seis vezes nos próximos anos. Mas nem tudo são flores, ou rendimentos. Especialistas alertam: há uma diferença enorme entre um analista experiente que usa o ChatGPT como copiloto e alguém totalmente leigo pedindo para a IA escolher ações. As ferramentas podem ser boas fontes para organizar informações e gerar insights, mas não devem ser vistas como oráculos financeiros. Elas não preveem o futuro, e o ideal é usá-las para entender o mercado, não para tentar adivinhar resultados. No meio dessa onda, ainda surgiram muitas empresas dizendo usar inteligência artificial em seus produtos... mas sem usar de verdade. É o chamado AI washing: vender a ideia de um serviço inteligente só para surfar na hype da IA.
Há tanto investimento em inteligência artificial que, às vezes, as notícias parecem sempre as mesmas. E no centro de tudo, quase sempre, está a OpenAI. O volume das negociações já ultrapassa 1 trilhão de dólares, quase metade do PIB do Brasil, que gira em torno de 2,2 trilhões. É tanto dinheiro circulando que a linha entre parceria e concorrência ficou difusa. A OpenAI, por exemplo, uma hora é cliente, outra fornecedora, depois parceira das mesmas empresas com as quais compete. Está ao mesmo tempo em negócios com a Nvidia, Oracle, AMD e Broadcom. Enquanto isso, a Nvidia anuncia acordo com a Intel, e a Meta fecha parceria com o Google e a Corewave. O dinheiro vai e volta num ciclo quase hipnótico: uma empresa financia a outra, que reinveste na concorrente, e tudo se retroalimenta. Esse vai e vem preocupa o mercado, porque uma depende da outra para sustentar negócios bilionários. Mas pra isso se manter, a IA precisa entregar o retorno prometido, e ainda não está claro se isso vai acontecer. Algumas empresas já estão freando o uso da tecnologia ou descobrindo que ela não é necessária em tantos projetos quanto parecia. A inteligência artificial é o motor da economia americana hoje, mas só o tempo vai dizer se estamos vendo uma revolução ou o crescimento de uma bolha.
A OpenAI anunciou uma nova integração do ChatGPT com outros aplicativos e chamou a novidade de “conversando com apps”, uma forma de mostrar que a ferramenta agora quer falar com o mundo lá fora. Um dos exemplos mais práticos dessa integração é o Spotify: o usuário pede uma playlist dentro do ChatGPT e a IA cria e salva direto na conta dele no app de música. Mas a estratégia da OpenAI vai muito além disso, e revela a verdadeira disputa da vez. A corrida entre as big techs de inteligência artificial já não é por quem tem o modelo mais poderoso, e sim por quem vai conseguir criar o ecossistema mais completo, aquele que mantém o usuário dentro da sua plataforma. O sonho da OpenAI é se transformar num sistema operacional da inteligência artificial, atraindo desenvolvedores para criar produtos voltados diretamente às pessoas. Enquanto isso, o Gemini, do Google, segue outro caminho e aposta nas empresas. A OpenAI, por outro lado, mira no público final. Quer estar na sua rotina, no seu celular e, de preferência, em todas as suas conversas..